0

"Meu problema com dança." ou "Em defesa do Transamor"

domingo, 1 de julho de 2012.
Ave Butler! Hail Mott!

*adoraria muito ler as opiniões de vocês sobre o texto abaixo. Aprochegeum-se, o espaço também e seu.

"Se não posso dançar, não é minha a revolução" (Emma Goldman)



Então, pessoal, já me cansei de me desculpar pelas demoras na atualização deste site. Mas como já afirmei anteriormente, considero bem mais construtivo blogar apenas qunado temos vontade e no sentimos inspirados. Mais uma vez minha inspiração vem da necessdade desabafar, colocar pra fora coisas que me têm confrontado no dia-a-dia e que tem estreita ligaçao com o tema principal deste espaço de debate que são os usos do copor e a busca pelo prazer.

Essas ultimas semanas me foram extremamente estressantes. Polêmicas com comerciais de cerveja "transfóbicos", gente desocupada tentando definir a identidade do outro, pessoas muito queridas que eu queria que estivessem ao meu lado e que não se cansam de me criticar. Enfim, um pesadelo. Mas creio do fundo de meu coraçãozinho que o tal inferno astral já está passando e que logo terei boas noticias

Hoje tentarei dar conta de algo bastante complexo e que tem me apavorado nos ultimos dias. Como muitos de vocês sabem, venho de uma cidade bastante conservadora em relação aos "costumes". Pois bem, tenho ultimamente me envolvido com o que chamo carinhosamente de "gangue pornoterrorista", me relacionado (inclusive afetivamente) com adeptos de um certo "libertárianismo". Acontece, e tive que descobrir na base da porrada, que ser "libertário" na capital do funk pornô é extremamente diferente de ser "libertário" numa cidade onde se é ameaçado de morte por andar de sunga.

Tive o prazer de participar de um evento chamado "Corpos Dissidentes" na verdade um picnic em frente ao MAM no Aterro do Flamengo, onde muita coisa me foi desconstruída, e creio ter feito muitas boas amizades. Porém, ao contrário da inesquecível experiência do 8º Enuds este encontro com "libertários" me deu muuuito medo. Terei que experimentar melhor. Tenho sérios problemas com "ismos" e entendo que a maior sacada do século XX foi a queda dos modelos explicativos, na década de 90. O que mais me causa orgasmos é a liberdade de pensar e contestar livremente. "Ismos" em geral se propõe a apresentar o problema destrinchado, mastigado, prontinho para ser devidamente consumido, de garfo e faca.

Como havia comentado naquele encontro, tenho uma história de vida totalmente marcada por repressões sexuais e por restrições ao proprio corpo. Cresci e aprendi que, apear de curtir um boa putaria, como qualquer ser humano, apenas um modelo de relacionamento responsável, não necessáriamente monogâmico, me trará a satisfação que procuro. Entendo que o "romantismo", pois assim tenho denominado meu posicionamento, antes de um enfrentamento mortal ao "feminismo libertáro radical", é um modelo de sexualidade, afetividade tão válido quanto. E baseado nas minhas parcas leituras de Zygmunt Baumann, afirmo que é a proposta mais politicmante contestadora na atualidade, num mundo em que cada vez mais a burguesia global, empurra por nossas gargantas, atraves do discurso policialesco das "ciências PSI" que "o amor romantico acabou. Aceitem que suas relações não serão estáveis por que o mundo que construímos para vós também não é estável" .

O Amor é queer. Só o amor é libertário!

Me acusaram de defender um modelo heteronormativo, mas como uma pessoa que TRANSita e TRANSgride com sua vivência cotidiana,pelo simples motivo de não ter outra opção, as fronteiras do gênero e do sexo pode pregar algum tipo de normatividade, seja "hetero" ou "homo"? Primeiro me digam se meus futuros companhaeirxs, sejam seres uterinos ou penianos, será "homo" ou "hetero", baseado em algo paupável ("gênero" não é) e descutiremos melhor a questão. Me expliquem como farei para dar e receber prazer e carinho,se agora um corpo não passa de um devir, uma realidade a ser definidade num futuro por um médico? Um amor "libertário" entre pessoas "cis" (prefiro chamar de "trans no armario", pois se a marca da transexualidade é a incongruência entre sexo bioassinalado e identidade de gênero, todxs somos "trans") corre-se o risco de ser normativo.O transamor nunca.  O amor "libertário" rompe com as cadeias da opressão de gênero. O transmor, com o gênero em si. É e será ,enquanto houver homens e mulheres, a mais iconoclasta e subversiva experiência imaginável.

Onde se enquandram os desejos e os ideais no enlace da eterna dança dos biopaus e biobucetas?.

Então, respondendo àquela a que amo, mesmo sem saber se serei correspondida algum dia e que me perguntara o porquê de tanta paixão: "por que só pessoas realmente libertárias poderiam responder essas questões e só revolucionários teriam a coragem de romper a barreira intelectual dos "ismos" e dar e conceder prazer, indiferente de "bios-interfaces". E, só para romper a barreira das restrições ideológicas a mim impostas pela cultura do "caretismo": porque seu corpo me agrada e imagino que o meu também te agrade, ou tenha agradado em algum momento- sem gracejos sexistas.(ops!)  e cafajestagens por enquanto.

É tempo de desconstruir, para isto existe este blog, e para isto estou no Rio de Janeiro. Uma braço aos amigos do picnic.Não vejo a hora de revê-los para poder aprender mais um pouco. E proponho que todos os leitores busquem fazer o mesmo. Vençam seus limites. Evoluam. Coragem...

Falarei cada vez mais sobre este fenomeno maravilhos da [pós]modernidade a que chamo de "transamor". Por que isto sim, é liberdade.

CLIPE DE HOJE: Unruly Child: "Very First Time". Uma banda que curto muito e musica cuja letra é um convite. "vamos começar de novo?" ;)

No closet

Desbundai e putiái!

Deixe seu Comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Total de visualizações de página

 
Covil da Medusa. © Copyright | Template By Mundo Blogger |
Subir