1

Sobre vadias e revolucionárias (Thays Justen Gomes)

domingo, 2 de junho de 2013.
\Ave Butler! Hail Mott!

A seguir, apresento um texto bem bacana da Thais Justen Gomes, retirado do Facebook e que fala sobre a polêmica sobre a Marcha das vadias e outros movimentos libertários/revolucionários:

(as imagens e comentários refletem a minha opinião, mas provavelmente não a dela)



"Minha discordância a oposição colocada entre sermos vadias e revolucionárias: opinião dita de forma bem simplista pra começar o debate (que já adianto só vou continuar se alguém que n é de algum grupo organizado quiser continuar, já que sei o q os grupos que se manifestam contra a marcha e contra o evento aqui pensam).
Pra começar discordo que a opressão de gênero tenha começado com a propriedade privada, pois a divisão da sociedade em dois sexos já é bem opressora. Numa sociedade onde só existem dois sexos o que faremos com as pessoas intersex? Continuaremos mutilando-as? O que faremos com pessoas travestis e transexuais? Continuaremos defendendo que não são normais, patologizando-as? Ou as aceitaremos desde que façam a cirurgia de “readequação sexual”, ou seja, continuaremos oprimindo mulheres travestis que queiram ter penis e homens travestis que queiram engravidar? Essas questões não são abstratas e relativistas, elas existem na realidade, existem quando essas pessoas se matam porque não são aceitas, quando essas pessoas não conseguem emprego, quando são espancadas, quando são assassinadas, quando são expulsas de casa, e também quando não são desejadas, quando não são bem vistas para serem amigas, para serem apresentadas pra família dx namoradx. Por isso, os movimentos combativos devem sim problematizar que essas discussões sejam incluidas nos debates de genero, ao inves de achar que se não fosse pela propriedade privada estaria tudo bem.

No mais, mesmo no que diz respeito as mulheres cis (aquelas que ao nascer foram identificadas como mulher e ao longo da vida continuaram a se identificar assim, ou seja, aquelas que não são trans) há uma série de opressões oriundas dessa divisão da sociedade. Pois segundo ela, uma mulher é mais fraca, e deve se concentrar nas atividades de cuidado do lar, e criação dos filhos. Mas e se eu quiser lutar??? E se eu não quiser ter filhos? E se eu não quiser ser delicada? E se eu não quiser cozinhar bem? E se eu ser ativa sexualmente? E se eu quiser ser desleixada? Isso sem contar que os homens que são mais femininos tambem sofrem com essa divisão, embora menos que as mulheres.

Isso também, sem contar a desigualdade historica dentro das lutas combativas e classistas, por exemplo na guerrilha do araguaia se acontecia uma gravidez, quem era mais penalizadx? A mulher, ela é que tinha que abortar contra vontade, não era p homem q era castrado. Pq essa escolha? Por acaso? E na guerra civil espanhola, quando diagnosticaram doenças venereas, quem foi mais penalizada? A mulher, ela que foi excluida das barricadas!! Pq isso? Por causa da propriedade privada ou porque dividimos o mundo entre homens e mulheres? Esse evento, assim como a marcha das vadias problematiza isso tudo. Coisas que os antigos teoricos comunistas e anarquistas, apesar de serem otimos em alguns assuntos, não problematizavam."

Minha posição sobre o tema "revolução" é  mesma dos "compas" de Liverpool (Didí, Dedé, Mussum e Zacarias) :P


No closet

Desbundai e putiái!
Leia Mais...

Total de visualizações de página

 
Covil da Medusa. © Copyright | Template By Mundo Blogger |
Subir