O post subversivo de hoje é minha critica à idéia de "liberdade". Trata-se de um texto do fantástico e saudoso Millôr, que dialoga com criticas que faço a certas utopias. Mas bacana mesmo é a trilha sonora desse post. Assim que descobrir o que ando botando no meu chimarrão, volto para dar o informe rsvque não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.– Cecília Meirelles, in Romanceiro da Inconfidência.
"Mas afinal, o que é a liberdade?E eu diria mais: Essa tal Liberdade já me custou um emprego decente, duas namoradas, vários diplomas quatro gatos e minha moral (brinks, essa nunca tive)
Apesar de tudo o que já se disse e de tudo o que dissemos sobre a liberdade, muitos dos senhores ainda estão naturalmente convencidos que a liberdade não existe, que é uma figura mitológica criada pela pura imaginação do homem. Mas eu lhes garanto que a liberdade existe. Não só existe, como é feita de concreto e cobre e tem cem metros de altura. A liberdade foi doada aos americanos pelos franceses em 1866 porque naquela época os franceses 29estavam cheios de liberdades e os americanos não tinham nenhuma. Recebendo a liberdade dos franceses, os americanos a colocaram na ilha de Liberty Island, na entrada do porto de Nova York. Esta é a verdade indiscutível. Até agora a liberdade não penetrou no território americano. Quando Bernard Shaw esteve nos Estados Unidos foi convidado a visitar a liberdade, mas recusou-se afirmando que seu gosto pela ironia não ia tão longe. Aquelas coisas pontudas colocadas na cabeça da liberdade ninguém sabe o que sejam. Parecem previsão de defesa antiaérea. Coroa de louros certamente não é. Antigamente era costume coroar-se heróis e deuses com coroas de louros. Mas quando a liberdade foi doada aos Estados Unidos, nós os brasileiros já tínhamos desmoralizado o louro, usando-o para dar gosto no feijão.A confecção da monumental efígie custou à França trezentos mil dólares. Quando a liberdade chegou aos Estados Unidos, foi-lhe feito um pedestal que, sendo americano, custou muito mais do que o principal: quatrocentos e cinqüenta mil dólares. Assim, a liberdade põe em cheque a afirmativa de alguns amigos nossos, que dizem de boca cheia e frase importada, que o “Preço da Liberdade é a Eterna Vigilância”. Não é. Como acabamos de demonstrar, o preço da liberdade é de setecentos e cinqüenta mil dólares. Isso há quase um século atrás. Porque atualmente o Fundo Monetário Internacional calcula o preço da nossa liberdade em três portos e dezessete jazidas de minerais estratégicos".
*Texto completo do Millôr (vale varias lidas e relidas):
http://www.encontrosdedramaturgia.com.br/wp-content/uploads/2010/10/Mill%C3%B4r-Fernandes-LIBERDADE-LIBERDADE.pdf
ESSA TAL LIBERDADE
(Letra sem tradução-sigam a bolinha)
O que é que eu vou fazer
Com essa tal liberdade
Se estou na solidão
Pensando em você
Eu nunca imaginei
Sentir tanta saudade
Meu coração não sabe
Como te esquecer
Eu andei errado, eu pisei na bola
Troquei quem mais amava por uma ilusão
Mas a gente aprende, a vida é uma escola
Não é assim que acaba uma grande paixão
Quero te abraçar, quero te beijar
Te desejo noite e dia
Quero me prender todo em você
Você é tudo o que eu queria 2X
O que que eu vou fazer
Com esse fim de tarde
Pra onde quer que eu olhe
Lembro de você
Não sei se fico aqui
Ou mudo de cidade
Sinceramente, amor,
Não sei o que fazer
Eu andei errado, eu pisei na bola
Achei que era melhor cantar outra canção
Mas a gente aprende, a vida é uma escola
Eu troco a liberdade pelo teu perdão
Quero te abraçar, quero te beijar
Te desejo noite e dia
Quero me prender todo em você
Você é tudo o que eu queria
Com essa tal liberdade
Se estou na solidão
Pensando em você
Eu nunca imaginei
Sentir tanta saudade
Meu coração não sabe
Como te esquecer
Eu andei errado, eu pisei na bola
Troquei quem mais amava por uma ilusão
Mas a gente aprende, a vida é uma escola
Não é assim que acaba uma grande paixão
Quero te abraçar, quero te beijar
Te desejo noite e dia
Quero me prender todo em você
Você é tudo o que eu queria 2X
O que que eu vou fazer
Com esse fim de tarde
Pra onde quer que eu olhe
Lembro de você
Não sei se fico aqui
Ou mudo de cidade
Sinceramente, amor,
Não sei o que fazer
Eu andei errado, eu pisei na bola
Achei que era melhor cantar outra canção
Mas a gente aprende, a vida é uma escola
Eu troco a liberdade pelo teu perdão
Quero te abraçar, quero te beijar
Te desejo noite e dia
Quero me prender todo em você
Você é tudo o que eu queria
À TEMPOS, antes que me batam: Tenho defendido à anos que as pessoas não precisam necessariamente se sentirem livres e sim, felizes. Até porque Liberdade imposta não é Liberdade. E essa tal Liberdade já foi e é desculpa esfarrapada para cometer crimes os mais perversos (com que bandeiras vocês acham que os ianques imperialistas invadem outros países, impõem ditaduras, chacinam a população?) Se a tua sensação de liberdade te faz bem, vai fundo(!). Quanto à mim, ainda sou suficientemente zé-coxinha para entender que ser feliz é abdicar de parte da Liberdade e que a Liberdade não pode ser um fim em si mesmo. E que Liberdade sem Responsabilidade é a mais pura alienação
Agora, voltando à nossa programação (a)normal, um clássico dos Anos 90:
No closet! Desbundai e putiái!
Deixe seu Comentário:
Postar um comentário